sábado, 16 de julho de 2016

Tolerância

por H. Thiesen 

Perdoo-me pelas minhas possíveis faltas, 
por que sei que não sou perfeita,
Perdoo quem quer que comigo falte,
por que preciso desse perdão,
Não somos de todo ruins,
Evoluímos com o tempo,
e no tempo necessário,
Não existe ser humano que passe
todo tempo na ociosidade,
e na desarmonia
Mas existe uma palavra que nos auxilia
a romper todas as barreiras do nosso ser:
- TOLERÂNCIA.

Tolerância significa “suportar em silêncio", entretanto a palavra possui outros sentidos:
Enfrentar o contraditório para testar os limites do que acreditamos ou pensamos acreditar. Olhar de frente para o contraponto, que se reflete nas palavras alheias, sem vê-las como adversárias.
Entender que a verdade é muito maior e que ninguém a possui em plenitude. O processo de construção da verdade passa pela capacidade do entendimento entre os indivíduos.
Quem pensa diferente não é nosso inimigo, apenas pensa diferente.
A diversidade de opiniões possibilita, que na lógica da existência, existam respostas contraditórias para as mesmas questões. Assim sendo, podemos estar certos a partir de A ou B, como outros, com outras respostas, também podem estar certos, baseados nas suas filosofias, modos de vidas, costumes, épocas, etc. E, à propósito, também podemos estar todos errados.
Uma condição de escutar, entender e responder sem paixão, sem pré-julgamentos, ou até mesmo silenciar.
Quem concorda conosco não é, por isso, melhor ou mais inteligente, é somente alguém que nos agrada e que tem paridade de pensamento conosco.
A verdade é um paradoxo, perspectivas e pontos de vistas diferentes podem convergir para resultados válidos, mesmo que pareçam contraditórios.
Quais são os nossos limites? São os limites da lei vigente e do respeito pelo outro. 
Devemos fazer, ou ter, um acordo social sobre as conjunturas da convivência, começando por nós mesmos, exercitando a aceitação no nosso íntimo.
Tudo pode ser avaliado e discutido. O requisito essencial para a não-barbárie é aceitar as diferenças, como uma riqueza possível, desejável e recomendável, para que não caiamos em extremismos.

11 comentários:

  1. Como socióloga te digo que a concordância gera laços mas não foi à toa que Piaget criou o Círculo dos Saberes, todos precisam um dos outros. Acho fundamental as pessoas dizerem aquilo que sabem e terem bases para tal ou acontece o que me aconteceu :fui acusada de trair o meu marido e sem provas ou argumentos válidos. Diferentes opiniões geram bons debates e criam mais cultura em nós. Tolerância, pois que aumenta com a idade mas, de acordo com factores sociais, políticos e morais, algumas coisas a pessoa não tolera. Aqui entra a lei ou a resposta. Beijinhos

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    1. Olá, Pink.

      O exercício da tolerância é fundamental para que possamos viver numa sociedade plural e que também se torna cada vez mais multicultural. Com isso, evita-se a polarização.

      Com a idade, alguns se tornam mais tolerantes enquanto outros não. Pois existem aqueles que, infelizmente, acabam se petrificando.

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  2. Te entendo perfeitamente PP, porém, a tolerância que eu falo é no sentido de radicalismo. Por exemplo, um preconceito não pode gerar outro preconceito, ou seja, a medida que sofremos esse ou aquele preconceito, não podemos radicalizar à ponto de ter preconceito dos preconceituosos, cairemos no mesmo erro e com o tempo passaremos à fundamentalistas!
    BJOS

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    1. Ok, falei disso há pouco noutro blog, sobre os fundamentalistas religiosos. Mas acho que um dia fiz um post sobre o vício em que basicamente dizia que tudo o que é vício é mau. Até desporto. Mas se é bom ir rezar um pai nosso a uma igreja católica, é bom ir a Meca. Digo que que acho que as pessoas devem ser felizes como se sentem bem e no seu meio, desde que não prejudiquem os outros. Acho que quem não entende não deve chamar dizer "anormal", "puta", "doente", etc, que aceite ou tente ajudar. Como alguém que se auto mutila, as pessoas, "é louca" ao invés disso, deviam dizer "a pessoa precisa de ajuda, o que posso fazer?". Ideias pré-concebidas de uma educação em berço de gente de vista curta e como os burros parece têm uma pala nos olhos resulta também no facto que me aconteceu: por eu brincar com os meus amigos e ter sido acompanhante, sou puta e traio o meu marido. Não. Mil vezes não. O amor ao próximo é muito importante e as pessoas não sabem receber amor genuíno, não sabem aceitar alguém diferente e não sabem dar por dar sem receber- Eu, sei. Graças a mim e à minha formação académica e ao facto de acreditar que todos merecem ser felizes, até quem me chamam de puta, mas esses que fiquem longe de mim e me ignorem. Outro problema: a inveja: só de sentir já atrapalha. Poucos são os que sentem felicidade pelos amigos. Existe uma blogger, a Vespa, que tem 42 anos e teve 2 gemeas há poucos dias, eu senti felicidade como se eu estivesse a ser a mãe ou tia das meninas. Pois a vespa é uma pessoa muito decente... Não sou perfeita mas tento aceitar os outros e muitas vezes consigo.

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  3. O post nos remete a uma questão ampla e de profundo senso religioso. Ou de profundo senso de amor ao próximo.
    Qual é o significado de tolerância? “A tolerância é o respeito, a aceitação e apreço da riqueza e da diversidade das culturas de nosso mundo, de nossos modos de expressão e de nossas maneiras de exprimir nossa qualidade de seres humanos. É fomentada pelo conhecimento, a abertura de espírito, a comunicação e a liberdade de pensamento, de consciência e de crença. A tolerância é a harmonia na diferença. Não só é um dever de ordem ética; é igualmente uma necessidade política e jurídica. A tolerância é uma virtude que torna a paz possível e contribui para substituir uma cultura de guerra por uma cultura de paz.”
    O post nos faz lembrar que somos todos imperfeitos e o primeiro passo para atingir a perfeição é o conhecimento de si mesmo... eis o primeiro passo para que o Espírito possa atingir a perfeição moral. O processo de renovação para o bem é longo, pois que depende do esforço de vontade de cada um no sentido da sua auto-educação, mais inevitável, de acordo com a lei do Progresso, a que todos os seres estão submetidos.
    Victor Hugo escrevia no «Post scriptum de ma vie [minha vida]»: É dentro de nós que devemos olhar o exterior... Inclinando-nos sobre este poço, o nosso espírito, avistamos, a uma distância de abismo, em estreito círculo, o mundo imenso.
    Acho que a Leninha quis dizer isso.... a tolerância é o primeiro passo para que possamos perdoar-nos e perdoarmos os nossos semelhantes.
    Do perdão nasce a caridade, fim em si mesmo!!!

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    1. Eu penso que o perdão é mais necessário a quem perdoa do que a quem é perdoado...

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  4. Fostes preciso e sucinto PDR!

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  5. Boa noite!

    Muito bom o texto sendo hoje a tolerância algo que o mundo necessita muito compreender.

    Sem precisarmos lembrar dos casos extremos como os ataques terrorismos e as guerras, levo a reflexão que fez para o campo das nossas relações pessoais. Até mesmo nos diálogos, numa simples reunião de condomínio ou de família em que se torna preciso tolerar.

    Acompanhando a maneira como os ingleses estão lidando com a saída da UE, vejo o quanto são tolerantes e conseguem resolver pacificamente uma situação apesar de alguns isoladamente agirem de modos inapropriados. Consideremos quem por lá não houve nenhuma reação violenta dos que votaram pela permanência no bloco europeu a atual governante, mesmo pensando diferentemente, prefere realizar o desejo da maioria dos votantes na consulta popular.

    Neste sentido, fico a refletir como o ser humano maduro consegue lidar com a ignorância alheia senão pelo exercício da compreensão. Pois, além de admitir que possamos estar errados quanto às nossas posições, devemos procurar entender o porquê de escolhas muitas das vezes tão infelizes?

    Por fim, o post leva-nos a refletir sobre sermos tolerantes para conosco, aceitando a nossa capacidade tanto de acertar quanto de errar. E, se já não espero de mim apenas acertos, tenho mais facilidades de reconhecer que o outro pode também acertar contrariamente à opinião que tenho sobre determinado assunto.

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  6. Em tempo!

    Caso permita, gostaria de poder numa ocasião oportuna compartilhar este texto.

    Abraço e parabéns pelo blogue.

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    1. Obrigada Rodrigo pela colaboração e por virtuoso comentários!
      Claro, esteja a vontade para compartilhar!
      BJOS

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    2. Olá, H. Thiesen.

      Eu é que agradeço pela oportunidade de compartilhar um excelente texto como pude fazer reproduzindo-o no blogue de postagem coletiva Confraria dos Pensadores Fora da Gaiola do qual sou um dos escritores:

      http://cpfg.blogspot.com.br/2016/07/por-h.html

      Beijos.

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